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Demasiado bom para o cargo

Ronaldinho

Por muito que se conheça Portugal, há sempre um pormenor escondido pronto a fascinar-nos pela sua bizarria, pela sua invulgaridade, mesmo pela sua ousadia. Há factos com que pontualmente nos deparamos que sublinham a certeza de que habitamos um país verdadeiramente único. Um destes factos pode resumir-se à expressão "Excesso de Qualificações".

No meio profissional, o "Excesso de Qualificações" é uma coisa lixada com "f". Além do conhecimento de causa, de vez em quando vêm até mim incríveis casos desta não menos incrível patologia. Em Portugal, não são poucas as empresas (ou firmas, à antiga) que não têm a trabalhar consigo profissionais com qualificações mais do que suficientes para cumprir determinada função.

Apesar da habitual justificação "Excesso de Qualificações", a verdadeira razão do fenómino reside no facto de essas empresas (ou firmas, à antiga) terem uma imaginação galopante no que às expectativas de remuneração de outros diz respeito. Mas essa é outra questão e o que aqui importa reter é a gloriosa essência do "Excesso de Qualificações". O "Excesso de Qualificações" significa qualquer coisa como isto: "Este gajo é muito, muito bom. É tão bom que não o queremos". Ora isto, no cérebro de qualquer pessoa normal, é uma aberração digna de vénia.

Transpondo a coisa para o caso concreto para atribuir ao fenómeno "Excesso de Qualificações" dimensões verdadeiramente galácticas, ora veja o gentil leitor: um destes dias, o homem na foto, Ronaldinho Gaúcho, chega ao meu Benfica com vontade de jogar e nunca fala de números semelhantes àqueles que actualmente compõem o seu rendimento. Na ocasião, o seu interlocutor dir-lhe-á, com sentido pesar, que não pode ficar no clube por "Excesso de Qualificações". Não é maravilhoso?

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

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